Nov 6, 2007

Patch Adams

Em entrevista ontem no Roda Viva, o inigualável médico e palhaço Patch Adams, deu um show de disposição de espírito, fez belas divagações sobre o amor (se é que posso definir assim) e críticas inteligentes sobre a indústria da saúde, que movimenta bilhões, trilhões no mundo inteiro em busca do lucro, e não da “cura”. Mas, foram palavras e atitudes muito simples que me impressionaram. Primeiro, o fator roupa. Sua - por incrível que pareça - preocupação com a roupa. Pensando e pesquisando em cada detalhe, ele fez uma composição de roupa engraçadissíma que leva todos a rirem e lhe questionarem sobre seu modo de vestir, uma das coisas é seu brinco feito de garfo e outra coisa, sua calça folgada capaz de guardar 25 kg de brinquedo. Isto aproxima as pessoas dele sem que seja necessário ele abordar, tornando a conversa mais agradável e curiosa para quem o escuta. Outra coisa interessante, é o questionamento que ele costuma fazer as pessoas a sua volta ”Qual a coisa mais importante que o amor?” A resposta é unânime, nada. “E qual a estratégia você usa para o amor?” e a resposta também é unânime, o silêncio. Ninguém pensa em estratégias para o amor. Pensamos em estratégias para ganhar dinheiro, para futebol, mas não para o amor.
Pense nisso também.

Nov 4, 2007

Preciso dEle

Querer estar no centro da vontade de Deus, já é alguma coisa, pelo menos pra mim. Tenho procurado ir à igreja nas últimas semanas já que não sustentado sozinha um relacionamento estreito com Deus. Não sei o porquê do desinteresse em conversar com Ele, pode ser o cansaço, a preguiça, a vergonha, a incredulidade. Não sei. Só sei que tenho buscado me alimentar mesmo que apenas aos domingos. Saber que existem pessoas que acreditam no mesmo Deus e da mesma forma que eu, saber que Ele existe de fato e como prova o seu povo está ali o adorando, eu acredito e adoro também.
Li várias vezes sobre o culto racional, e só o entendi, quando no alto da minha falta de emoção, minha mãe me explicou sobre, e eu entrei em culto. Assim, totalmente racional. “Eu não consigo te sentir, mas tenho certeza da sua presença e fidelidade” e ponto final. Pensei nas inúmeras vezes que deixei de falar com Deus, de agradecê-lo por não entender sobre o culto racional.
Estou assim ultimamente. Não consigo derramar lágrimas nem sentir arrepios. Não consigo sorrir e ouvir a sua voz. A falta de busca e de entrega obviamente provocam isso. A minha insensatez e frieza não trazem Ele a tona.
Mas a vontade de sentí-lo e recomeçar minha caminhada com Ele são constantes. Uma linda músicas de Aline Barros diz o quanto é difícil manter o caminho...nem sempre é fácil acertar, e pede pra recomeçar.
E é assim que começo minha semana, pedindo: Deus, me restaura. Recomeça teus sonhos, teus planos, tua vontade em mim. É difícil manter o caminho, não sei o que falar...mas me ajuda nesse instante.

Oct 18, 2007

4 anos e muitos caroços pra contar.

Sábado estive no LARAM, um lar para menores desprovidos de cuidado, carinho, educação e saúde. Fui fazer uma festinha do dia das crianças com minha cunhada e suas colegas. Organizamos tudo, cachorro quente, bexiga, algodão doce, pipoca, lembrançinha, bolo, palhaço e brinquedo de 1,99 pra tooooodo mundo. Não sou muito adepta a essas festas, encaro como uma grande hipocrisia, não das crianças, claro, nossa mesmo, de só lembrar delas, nessas datas comerciais. Afinal, apresentar-se apenas em datas especiais, é confundir a cabeça de uma criança, pelo menos é o que eu acho. As acostumamos a consumirem em datas comemorativas, e as fazemos entender, que elas só merecem aquilo, quando alguma turminha bem intencionada ou uma ONG resolve oferecer. Não quando elas querem ou faz jus de fato. Mas, isso dá muito pano pra manga e não é porque não ajudo ninguém com algo realmente significativo, que vou me condenar por uma simples festinha, já que no final, foram muitos sorrisos que vi.
Nesta festinha que aconteceu neste último sábado, fiquei chocada com o descaso da mãe de um garoto em especial (com minha memória fraca, não consigo recordar-me do nome dele), mas ficamos grudadinhos a festa inteira. Uma pele morena, um corpo magrinho, elástico, que era capaz de ficar de cabeça pra baixo em apenas dois segundos, uma perna cheia de feridas que mostravam que, algo dentro dele não andava tão bem. São apenas 4 anos de existência e muitas marcas pra apontar. Mas o que me chocou, foi enquanto deitado no meu colo em busca de um cafuné, ele deixava a amostra alguns caroços pretos na mão e no pé. Era algo horripilante, coisa de doença vinda dos mais pobres países do continente africano. Eu sentia uma mistura de tristeza e revolta. Eram apenas 4 anos e uns 15 caroços pra contar. Questionei sobre aquilo e a resposta que tive foi “é de poico tia, or méninu tudo tem”, traduzindo, aquele caroço preto era um bicho transmitido pelo porco, e a criançada da favela estava cheia daquilo. Questionei a professora sobre, e a reposta que tive foi: “cuidado, isso pega!” Eu não sabia o que fazer, minha vontade era levá-lo ao hospital, levá-lo pra mim. Dar banho, comida e cuidado. Mas não é assim, disto eu sabia. Eu fiquei em transe, não sabia se abraçava, se pegava, se encostava, se beijava. Eu não sabia o que fazer. E ele sempre lá, querendo me tocar. Eu só pensava: Eu tenho que acreditar que isso não pega. Mesmo tão pequenino ele sentiu meu distanciamento, e eu, horrivelmente culpada por aquilo, não hesitei em dar um abraço e um foda-se pra minha vaidade.
No final, com seu carrinho na mão e um sorriso, se despediu rapidamente. A empolgação de contar pra avó o que viu, era maior e mais importante do que eu ali, obviamente.
Conversei com sua avó sobre os bichinhos, questionei e fiquei aliviada por saber que ela agora cuidava do seu netinho, justamente pelo descuidado da mãe. Ela me confirmou a peste. Fotografei sua mão e pezinho e vou entregar a ampliação pra turma de enfermagem da faculdade. Quem sabe, eles fazem um trabalho mais absolutamente funcional e importante do que o meu.

Febre

Choro é a tristeza do meu corpo. Choro é o grito da minha alma.
É como a febre, a reação orgânica que alerta o corpo que alguma coisa não está bem.
Choro em qualquer lugar, choro sem parar.
As lágrimas não mais se contêm.

Oct 17, 2007

Transipiro

Enquanto envio e-mails e meu computador segue lento, vou escrevendo aqui pra ver se mato a ansiedade de estar presa à lentidão da minha máquina.
Estou aqui pensando, o quanto de talento dedico às palavras que escrevo e o quanto de inspiração. Percebo que tenho “tempo” para escrever quando não tenho inspiração e quando não tenho “tempo”, sobra inspiração.
Isso quer dizer que não estou inspirada para escrever no momento, mas trabalhando com assessoria de imprensa, vi que a construção de um texto está totalmente ligada à inteligência, aquela que segundo Einstein, consiste de 1% de inspiração e 99% de transpiração.
Bem, ando pensando muito a respeito do trabalho. Minha respiração, meu gás, minhas forças estão absurdamente dedicadas ao trabalho, e cada vez que me sobrecarrego de funções, percebo que ainda é pouco, muito pouco aos olhos dos que estão redor.
Ando tão cansada que falta tempo pra pensar em mim. Minha mente lateja de informações idéias, estando ou não no estúdio. Não consigo mais levar uma vida normal, de me desligar do trabalho enquanto estou numa piscina com os amigos em um final de semana de sol ou na cama sonhando. Lembro do filme que me pareceu bobo de início, mas que me conquistou pelo retrato vivo, do que convivo por aqui. Diabo Veste Prada, brinda o estilo e glamour do mundo da moda. Todos são estrelas e quase intocáveis, no “estilo inatingível ser”, mascarados por roupas de grife e uma bela maquiagem. Mas existia alguém por trás daquilo, que não era aquela coisa, mas se submetia sabe-se lá porquê e perdeu amigos, paz, namorado. Mas um dia ela resolveu voltar, e viver, o que realmente ela era lá no fundo, e foi feliz.
Minha esperança é um dia ter coragem pra voltar, e viver quem realmente sou. Mas encaro isso como fase, com aprendizado que um dia será aproveitado para o bem. Vivo num constante crescimento, dia após dia aprendendo deste mundo meio cruel que nos ensina muito a transpor. Minha voz está mais alta, meus pensamentos também. Meu raciocínio mais rápido, minhas atitudes também. Meu amor próprio está maior, minha gordura localizada também.

Oct 15, 2007

O homem sem amigos é um ser solitário

Foi isso que li nessa tarde de segunda-feira e que me chamou bastante atenção. Teria mil coisas pra escrever hoje aqui. Vivi tantas coisas legais esse feriado, que no auge da emoção (que é assim que nasce minha inspiração), eu seria capaz de escrever mil textos.
Hoje o poeta-jornalista Bruno Lara escreveu para o Comunique-se, uma crônica que conta a história de um jovem solitário, que estava em busca do preenchimento do vazio que o atormentava, e que sabia que o dinheiro não podia lhe podia proporcionar. Assim, carregava consigo uma expressão desanimadora. Ele pensava, imaginava, buscava respostas e refletia sobre si, sobre tudo ao redor, sobre o planeta em que habitava e sobre a vida. Sua existência. Bruno dá o diagnóstico da sua dor, “Sua vida solitária, sem amigos e companheiros não absolvera um sentido. Algo que nem todos desfrutam, mas que todos almejam. O jovem não conhecia a verdadeira amizade. Uma amizade real, pura e consistente. Um ser humano sem amigo é uma pessoa incompleta”. Isso resume em tudo, o que tenho visto nesses últimos dias.
Não me conformei e não me conformo, como se acredita evoluir sem a presença dos amigos, que nos acrescentam alegrias e tristezas, surpresas e decepções, desconforto e consolo. Novas ou velhas, são as verdadeiras amizades que dão sentido a nossa vida. É com elas e através delas que podemos existir para outros mundos, conhecer outras vidas, viver novas e exclusivas experiências. Cada vez que encontro uma nova, me alegro e agradeço pela sorte de tê-la. Cada vez que perco uma velha, me alegro porque sou capaz de compreender o ciclo da vida.

A arte de viver é simplesmente conviver, simplesmente...disse eu? Mas como é difícil.

Mãe,

Lendo uma revista ontem, uma articulista descrevia com perfeição, o que eu sempre quis escrever sobre você e sempre me carecia palavras, e não há dia melhor, para te contar tudo que li sobre você pelas palavras que ela roubou de mim.

“Todos são tão compreensivos, aceitam tão bem suas escolhas, torcem por tudo o que você faz, não é mesmo? Desde que você faça o que está no script. Que siga o que foi determinado no roteiro, aquele que foi escrito sabe-se lá por quem e homologado no instante em que você nasceu. Mas e quem não quer seguir este script?
(...)
Encontrei no conto “Amor” do livro “Laços de Família” de Clarisse Lispector, umas de minhas frases prediletas. Assim ela descreve o sentimento da personagem Ana: “Seu coração enchera-se com a pior vontade de viver.”
Ela é complexa, angustiante, subjetiva e intensa. Ela “a pior vontade de viver”. A que não está disposta a negociar com a vontade dos outros.
No entanto, esta que foi chamada de a “pior” vontade pode ser também uma vontade genuína e inocente. É a vontade da criança que ainda levamos dentro, entranhada. É desejo de açúcar, de traquinagem, de fazer algo escondido, de quebrar algumas regras, de imitar os adultos. A “pior” vontade é curiosa, quer observar pelo buraco da fechadura e depois, mais ousadamente, abrir a porta e entrar no quarto proibido. A “pior” vontade é de não se enraizar, não assinar contrato de exclusividade, não firmar compromissos, não se render às vontades fixas, apenas as vontades momentâneas, porque as fixas correm riscos de serem vontade para se transformarem em vaidade – como se sabe, há sempre aqueles que se envaidecem da própria persistência.
A “pior” vontade não quer ganhar medalha de honra ao mérito, não quer posar para fotografias, não quer completar bodas de ouro nem ser jubilada. A pior “vontade” não faz a menor questão de ser percebida, ela quer ser realizada. É quando você sabe que não deveria, mas vai. Sabe que não será fácil, mas enfrenta. Sabe que tomarão como agressão, mas arrisca. Aqui, cabe lembrar: apenas se sentem agressivos aqueles que te invejam.
A vontade oficial, a santinha, a que não causa incomodo, é a outra, a aprovada pela sociedade, a que não leva em conta o que vai no seu íntimo, e sim, a opinião pública. É a vontade que todos nós, de certa forma, temos de mostrar para os outros que somos felizes, sem saber que para conseguir isso é preciso, antes, ter a “pior” vontade, aquela que faz você descobrir que ser feliz é ter consciência do efêmero, é saber-se capaz de agarrar o instante, é lidar bem com o que não é definitivo – ou seja, tudo.
É com esta “pior” vontade de viver que você atrai os outros, que seu magnetismo cresce, que seu rosto rejuvenesce e que você fica mais interessante. É uma pena que nem todos tenham a sorte de deixar vir à tona esta que Clarisse Lispector chamou de “a pior vontade de viver”, e que, secretamente, é a melhor.”
Martha Medeiro – Revista O Globo

Te amo assim, desse exatinho jeito que você é!

Oct 13, 2007

Eu

Hoje estou para escrever sobre a capacidade que temos (eu em especial) de adaptar-se ao mundo, sistemas, ordens, leis, situações, pessoas. Como Marx falou há anos, o homem é produto do meio, isso faz de nós seres abertos às experiências, alguns mais predispostos, outros menos. Bem, isso daria um livro, mas como não sou uma estudiosa do assunto, não vou me prolongar. O que na verdade eu gostaria de registrar, é que algumas vezes na minha vida, passo por espécies de “estalos”, onde eu acordo e percebo que estava desconectada a quem eu de fato sou. Não sei se isso é muito normal ou muito estranho, nunca conversei isso com alguém. Geralmente, estes “estalos” acontecem quando me encontro fazendo coisas que, eu não faria se não estivesse sendo levada por um mar de influências. Não falo de atitudes ruins ou boas, falo apenas atitudes. Nestes momentos, me sinto uma cópia das pessoas que sempre critiquei.

O homem é um produto do meio, é verdade, mas somos o principal agente da nossa transformação. E o que me frustra, é que tenho inúmeras oportunidades de mudar e seguir pelo caminho que eu acredito de fato, lá no meu interior. Por preguiça, fraqueza, desinteresse, conceitos evasivos? Não sei. Mas ainda resta lá no fundo, uma esperança que um dia passarei a ser, quem verdadeiramente sou.

Oct 12, 2007

Equilíbrio

Tenho procurado entender o mundo e as pessoas, muito mais as pessoas e a esfera espiritual no qual elas habitam. E vou escrevendo pra ver se apenas compreendo, aprendo, assim como a Clarisse , "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...".

E nas viagens das palavras, vou desvendando minha própria alma.

Corremos invariavelmente de um lado para o outro, aflitos, cansados, teimosos, fortes ou fracos, em busca de soluções palpáveis para problemas do cotidiano. Tentamos constantemente, na caminhada da vida, adiantar-se e fazer aquisições terrenas, vazias. Nossas desistências e insucessos vão transformando o nosso mundo em uma imensa frustração. Damos às pequenas quedas, motivos para sermos eternamente tristes. Ao contrário disso, fantasiamos também um mundo feliz em situações instantaneamente ilusórias, como na conversa com um divertido colega de faculdade, recebendo um bom elogio do chefe, ou depois de algumas cervejas na balada do ano. Permitimos-nos ser tristes e felizes por tão pouca coisa, por tão pouco tempo. Uma verdadeira montanha russa.

Segundo Virgílio Vasconcelos Vilela, autor de Mapas Mentais, o Princípio do Equilíbrio é que como ser humano, somos formados pelo corpo, mente e espírito, cada parte ansiando permanecer completo. Ele explica que dedicar-se a apenas um ou dois, pode gerar um desequilíbrio nos níveis não desenvolvidos, do mais genérico ao mais específico.

Agora eu pergunto, qual tem sido nosso alimento espiritual diário? Temos dado, mesmo que pouco, algo que desenvolva esse aspecto da vida? Em quem temos depositado o anseio pelo oco que fica? O vazio espiritual nos faz criar expectativas de alimento, preenchimento em pessoas e/ou coisas, o que gera em nós, doenças como depressões, síndromes, instabilidade emocional, etc., porque obviamente, pessoas e coisas nunca irão suprir nossa necessidade de Deus.

O mais interessante do aprofundamento espiritual, é a sensação de encontrar-se completo e de conseguir transferir para as outras pessoas (mesmo em despretensiosas palavras) e para outros aspectos da nossa própria vida, o saudável modo de ver e agir do estilo equilibrado de ser.

Exemplo

Na etiqueta chinesa, conforme li em um desses sites da vida, há uma tradição que determina que cada um mantenha a xícara do próximo cheia de chá. Isto faz com que as pessoas, além de praticar o cuidar, também treinem o hábito de olhar de vez em quando para o ambiente e para o outro, ao invés de manter a atenção exclusivamente em si. Além disto, acredito que esta atitude demonstre o empenho em ver o outro bem, já que os chás descobertos e produzidos na China geralmente evitam e tratam variados problemas de saúde. Olhem só, que lição esses baixinhos de olhinhos puxados nossos ensinam com pequeninos hábitos.

Observar o próximo, e suas respectivas atitudes é um habito nosso do dia-a-dia. O problema, é que aprendemos a olhar pro lado apenas para examinar qual chá está em maior quantidade, mais limpo, mais gostoso... Não para ver se o próximo precisa de mais ou se o chá está na temperatura que o agrade. Precisamos repensar, em quais são as intenções dos nossos corações ao olhar para o outro.

Mas, o que mais tem me incomodado ultimamente, é a indiferença, insensibilidade e incompreensão, e quantos "in" forem necessários, com que olhamos para a xícara do próximo (isso quando ainda nos damos o trabalho de olhar). A preocupação com nosso próprio bem-estar tem nos bastado, não queremos saber de onde vem nem pra onde vai, não queremos mais conhecer suas histórias, simplesmente passamos por pessoas como seres invisíveis que não necessitam das nossas palavras, compreensão e carinho. Quando não somos tão frios assim, somos um pouco pior, fingindo nos preocupar com o chá que ainda resta dos nossos colegas, quando na verdade, nossas preocupações escondem nossos próprios interesses. Nem para os laços mais fortes, nem para os mais necessitados estamos nos dando o trabalho de servir.

Nossos mestres, educadores, pais, formados em sua grande maioria por cristãos ocidentais, estão totalmente distante do que ensina nosso grande exemplo Jesus Cristo em seu livro. Não mantivemos quase nada do que Ele deixou para nós como exemplo vivo e verdadeiro. Nem mesmo como intensos conhecedores da figura de Deus (que desceu a terra justamente para nos ensinar coisas como estas) somos capazes de absorver os seus simples e funcionais ensinamentos. Envergonho-me frente à cultura oriental, que se utilizam bem menos de hábitos cristãos e que estão longe de ficar egocêntricos como nós.

Aug 4, 2007

Penso nas escolhas

Depois de muito tempo sem passar por aqui, voltei pra refletir. Refletir nas fraquezas que me alucinam, que me machucam, que me sensibilizam. Desde ontem, penso no preço que pago por fazer escolhas erradas, penso na raiva que sinto, por optar fazer as coisas do jeito que eu achava que era legal, porém sabendo que era vazia. Me entreguei por me entregar, como se fosse uma coisa bem banal, mas tudo trouxe uma insegurança profunda, que vou ter que administrar.
Relacionamento não é uma coisa assim tão racional quanto eu achei que fosse,
frieza não é uma característica minha que eu achei que tivesse. Você me tira o senso, e isso é cruel. Minha idealização de homem, cadê? Onde estão minhas vontades? Não era assim que eu queria escrever minha história.
Mas existe outro lado que penso o tempo todo, talvez tudo seja vida. tudo seja sentimentos. que correspondidos ou não, me deixam viva.

Queria escrever uma história diferente, se você quiser, eu te ensino a me seguir.

Jun 2, 2007

Estou aqui só pra conversar com alguém, mesmo que seja com o blog. Sozinho e evasivo. Eu e Elza aqui, cantando. Felizes e tristes ao mesmo tempo. Fortes e sensíveis. Fãs do chico, amigas da música. Façamos, vamos amaaaar.

Minha vida nunca foi essa montanha russa que é hoje.

Nunca me senti assim,

tão profundamente triste,

tão explosivamente realizada.


E assim sigo até a brincadeira parar...

May 22, 2007

Novidade

Parece que estamos juntos há tempos,
que o elo já se criava antes mesmo de tudo acontecer.
É gostoso te querer,
é mais ainda te ter.
Essa chuva, esse frio, não tem como não inspirar-se.
Tê-lo perto desde sábado,
meu Deus, só sábado, já tem me deixado completa, feliz.

Tudo começou com o Arnaldo Antunes,
pouco tempo depois, você foi lá me assustar.
Perguntando se podia me conhecer.
Que delicia vocêeee,
não quero desgrudar.
Fica perto sempre, tá?

Apr 23, 2007

Não sei...

Estou me acostumando a vir aqui sempre triste ou enfadada. Sexta foi um dia cansativo, produtivo, mas muito feliz também. Uma correria tão grande que às vezes só quero o silêncio, o meu pensamento. Ontem parei uns 5 minutos e fiquei pensando: Pra quê? Porque tudo isso? E no sexto minuto entrei em algo: Olha pra mim, olha quem eu sou hoje, olha o que eu já aprendi, olha aonde eu cheguei. E vi que está valendo a pena. Isso é muito legal! Uma sensação gostosa e quase inexplicável.
Ontem fui numa palestra sobre propaganda e marketing, e nunca imaginei que eu ia gostar tanto desse troço. O que parece muito simples e uma função que qualquer velhinho aposentado ou loira gostosona pode executar, a cada dia que vou conhecendo, percebo que exige muuuuuito conhecimento técnico, muita teoria, criatividade e jogo de cintura. E fico feliz porque pela minha busca, leituras, aulas, tudo tem sido em torno praticamente disto.


Ontem também fui à igreja. Foi muito bom, deu aquela restaurada.
Uma mulher, conhecida, que sabe um pouco da minha história, Olhou-me dentro dos meus olhos e disse: Ju, Deus quer ser primeiro lugar na sua vida. Ele quer te abençoar muito, mas você não deixa. Você sabe do que falo, é Deus que está mandando eu te dizer. Enfim, à noite, deitada no chão gelado do meu quarto,
Pus-me a chorar, e quase arranquei meu coração pra dar pra Ele, Não sei se adiantou, Não sei se Ele comoveu-se. Mas eu espero que sim.

Apr 4, 2007

Cansaço

O Que Há
Álvaro de Campos

O que há em mim é sobretudo cansaço

Não disto nem daquilo,

Nem sequer de tudo ou de nada:

Cansaço assim mesmo, ele mesmo,

Cansaço.

Estou muito indignada hoje. Meu trabalho foi um merda. Tô muito cansada, estressada, sem saco, e ainda tenho que ficar escutando abobrinhas do meu patrão. Estamos sem nos falar, um clima chato demais. Chegou o dia em que cansei, cansei demais.
Quero ver se esses dias na praia melhoram a minha vida, e eu descarrego esse cansaço que tá começando a estragar minha vida. Meus olhos só vivem vermelhos, meu semblante derrubado, e não é isso que quero pra mim.
Quero descansar, muuuuuuuuito!


Apr 2, 2007

Minha praia é o mar

Amanhã decido quando irei pra Caraguá, é isso mesmo, Caraguá.
Praia, serra. Nem acredito, nem consigo dormir. Ver o mar depois de um ano. Ninguém sabe o que hoje isso representa pra mim.

Foi no mar que joguei muita tristeza, foi no mar, que deitei com a maior pureza, foi no mar, que quase fui ver o céu, foi no mar, que encontrei o meu lugar.
Já fui em vários mares, cada um com sua onda, cada um da sua cor, cada um com sua energia, cada um com seu valor. Morei na beira de um, amei, chorei, me joguei. Abracei, orei, nadei.
Ver o mar nessa quinta e sexta santa vai ser o presente do ano, seria muito bom estar com quem amo, mas já que não dar, irei mesmo assim aproveitar.

Rimou?! rs.

Mulher de Sempre

Descobri que o Mau tem outra, o que é muito cômico e trágico ao mesmo tempo. Não fiz a mínima questão de levar essa história pra frente, não estou no mundo pra ser apenas feliz, e entendo que esses momentos nos ensinam muito sobre a pobreza, a fraqueza, a variabilidade, a indecência do homem, não só atual. Mas o homem de sempre. O que nos conta nossas mães, nossas avós sobre seus companheiros? Absurdos como esse sempre aconteceu, e as mulheres, aceitando continuar ou não, sempre foram fortes, racionais e sensíveis ao mesmo tempo em todas as suas decisões. Pensando na estabilidade financeira, nos filhos, na sua reputação. Seja no século passado, seja hoje. "A mulher nunca foi uma coitadinha." argumenta Lya Luft na coluna Ponto de Vista da revista Veja de alguma semana do mês de março, quando afirmava justamente, que somos autoritárias, opinamos com braveza, tomamos decisões importantes desde sempre. Admiro as de antigamente (leia avós), muitas, seguraram as pontas pra formar filhos felizes, inúmeras não desceram do salto até o último suspiro (isso chama-se garra x amor). Admiro mais ainda a minha avó, que viveu muitos anos ao lado de seu judas, e num momento oportuno, deu o seu adeus. É, a mulher foi forte. A mulher renunciou seu passado em busca da sua satisfação pessoal. Hoje os tempos mudaram, é verdade. Há vinte anos atrás, talvez jamais ela tomaria essa decisão, mas também, meu avó jamais a deixaria partir sem dar satisfação.

Mar 30, 2007

Sem título

Vim aqui porque estou com saudades, saudades de dizer alguma coisa. De escrever aqui um pouco de mim. Pra depois reler, e vê como é bom viver. Estou em erupções de sentimento. Cansada. Muito. Trabalho, sem aumento, sem saco, sem estimulo. Faculdade, correria sem fim, lançamento de produto, briefing, planejamento, provas, tudo sempre sobrando pra mim. Tanta responsabilidade. Hoje lembrei que há tempos não descanso em Deus, estava pensando em como estava cansada e lembrei que há tempos carrego alguns fardos. Dormindo meia-noite, uma hora e acordando as sete, todo dia...sem poder curtir 5 a mais de descanso. Isso vai cansado, stressando. Mas beleza, estou tranquila porque estou com uma esperança tão linda em mim. Sei que tudo vai dar certo. Sei que tudo vai ficar bem. Pedin vindo pra cá, vai ser o canal! Vamos nos divertir muito. Crescer muito!

As fotos do meu trabalho indo pra Cannes, olha que chique! Tenho certeza que muita coisa ainda vai dar certo. Queria relatar uma coisa muito engraçada que aconteceu comigo esses dias, uma besteira, mas engraçada...e como sei que sou esquecida, vou registrar aqui pra não esquecer. Há um tempo atrás, numa festa muito legal que eu fui, conheci um gatinho muito especial...mas simplesmente nos perdemos, não teve cristão que o encontrasse, e segundo ele, passou a noite me procurando, se foi verdade ou não, não sei. Sei que de manhã, nascendo o sol, indo embora, nos encontramos na saída. E resolvemos que se era pra ficar junto, íamos nos encontrar na vida. Ai antes de ontem, fui num orelhão da faculdade, de um outro bloco nem sei porquê. E fui olhar com uma amiga, as fotos dos formandos do ano passado, e quem estava lá, o bendito menino! Com aquele chapéuzin e tudo! Achei tudo...e o nome dele completo tava ali, minha amiga achou o telefone dele por um programa do seu computador, e eu, achei no orkut...e agora voltamos a nos falar...nem sei o que vai dar. Mas que foi legal foi. :) Nos achamos na vida...

Churrasquinho, trabalho da facu, dentista, tudo amanhã! rs

Mar 2, 2007

Amor...

Pra compensar a falta de auto-estima dos últimos dias, recebi um e-mail do Mau tão lindo hoje! Foi o texto mais fofo dele. Confesso que a barriga gelou. E a vontade de agarrar ele em seguida foi cruel. Respondi um e-mail dele dizendo que estávamos afastados, era verdade, mas que sabíamos que existia alguma coisa entre a gente e ponto, que já ficamos sem nos falar tanto tempo, brigamos várias vezes, chegando à beira do ódio e a beira do amor e que já tínhamos alcançado certo grau de maturidade suficiente pra deixar a coisa rolar. E ele me respondeu novamente em seguida com frases tipo: “eu acho principalmente que acabamos aprendendo a conviver com a distância, e percebemos que se deixarmos nas mãos de Deus, fica mais fácil suportar, e resta uma forte esperança de que vai dar certo, porque podem estar distantes os nossos corpos, mas é difícil estar longe de uma garota que eu sonho com ela, que a primeira coisa gostosa que eu penso é no sorriso dela”.

Aiiiiiiiiii, é pra eu derreter.

Obrigada Deus, por me fazer tão amada por tanta gente. Motivo de tantas reclamações passadas. Quero estar sempre rodeada de pessoas que conseguem transmitir o teu caráter amoroso. Te amo!

Mar 1, 2007

A força dos bons pensamentos

Hoje acordei bem, o bibi pelo segundo dia consecutivo não foi a minha cama, então, dormi como um anjo, sonhei tanto!, só não lembro o quê, mas sonhei. Fiz meu trabalho e atividades do dia tranquilamente por conta disso.
No trabalho, li milhares de textos (interessantíssimos) para o Espalhe desse mês, fiz meu network no site do meio&mensagem, mandei releases, negociei pagamentos dos cursos, fechei palestra para hoje em uma universidade, separei material para divulgação, fiz trabalho pra faculdade na minha hora de almoço e ri um bocado.

Tenho milhares de motivos pra esta bem! Estou bem no meu trabalho, me orgulho dele, faço ele com carinho, posso ser eu mesma nele e minhas idéias e estilo de vida se encaixam perfeitamente com as do povo daqui.

Já ontem, caiu uma chuva longa e forte que “acabou” com os planos da noite. Fui pra facu gatinha pra depois curtir uma mpb num barzinho de mangueiras com os amigos, mas aquela chuva, mal me deixou sair da faculdade. Eu PRECISAVA daquilo ontem. Mas a solidão nos ensina a amadurecer, nos fortalece e o silêncio nos faz transcender coisas e pensamentos que nem supomos ter capacidade pra fazer. E por isso, eu hoje acordei melhor!

Feb 27, 2007

Prestando contas...

Na hora do almoço, entre o clube da luluzinha do estúdio que trabalho, comentávamos sobre o Big Brother, comentávamos não, discutíamos! Quem é o bonito, quem é o inteligente, quem é o jogador, quem seria o manipulador ou quem seria o bonzinho... Enfim, quem é quem naquele jogo transparente, onde não existem paredes que escondam qualquer atitude que se tem ali. E de repente, começamos a fazer analogias com a nossa própria vida. Será que optamos constantemente em ficar do lado do mal mesmo sem querer? Será se ao menos nos esforçamos em saber quem realmente faz parte do grupo do bem na nossa sociedade? Será que manipulamos algumas situações das nossas vidas ou se somos apenas tendenciosos demais? E pra completar, li um texto hoje que dizia:“O homem é mesmo um incoerente. Preocupa-se com o que os outros vão pensar dos seus atos escusos, pensa até que é muito inteligente quando consegue praticá-los sem ser descoberto, sente-se tranqüilo quando age escondido sob a proteção de quatro paredes, mas não dá a mínima importância ao que vai pensar Aquele único a quem vai prestar contas.”

São coisas que irei pensar muito esses dias...em quem realmente tenho sido.

Revelando meu sorriso!

Hoje revelei minhas fotos do carnaval. E que coisa gostosa. Foi muito gostoso vê-las, lembrar de cada momento. E a cada vez que faço isso, amo mais a máquina analógica. É como se ela fosse viva, real e mágica ao mesmo tempo. A digital, cibernética, que não consegue ultrapassar a tela do computador, é sem origem, sem autenticidade.

Enfim, essas são fotos me trouxeram uma satisfação bacana, sinto que estou construindo uma história concreta, estranho isso. Como se tudo que eu vivi antes dela, não fosse assim, tão real.

O gostoso de olhar essas fotos, é saber que elas são frutos de um sonho. Quanto tempo desejei em silêncio uma câmera que registrasse o olhar da minha alma, da minha poesia, da minha fantasia, dos meus sentimentos, e hoje a tenho, hoje posso, e isso é uma sensação de satisfação que as palavras não consegue expressar, apenas a imagem do meu sorriso.

Feb 26, 2007

Do meu lado

Bem, depois do dia do meu último desabafo aqui, andei conversando com algumas pessoas a respeito, na verdade, quase nenhuma. Aqui não se conversa muito a respeito de tais coisas, mas isso não importa muito, importa é que valeu como diagnóstico, valeu como experiência, valeu por tudo. Pra começar, entendi que os meus problemas são os mesmos de grande parte da população que ocupa as metrópoles do mundo, percebi que a solidão, a tristeza e a falta de ânimo pra sair, atingem parte absurdamente grande dos jovens e adultos de hoje, e eu apenas entrei pra agravar mais ainda mais esse quadro. Mas a ótima noticia, é que eu parei, pensei, orei. E de joelhos no chão, escolhi fazer parte da geração de adoradores, de pessoas féis a sua aliança com Deus e não ser mais uma pessoa impregnada a depressão. Entendi ontem, que entregar esses fardos do cotidiano a Ele é a grande chave da felicidade.

O que soa mais chato nisso tudo, é que tomo essas decisões quase que semanalmente, vivo o mais intenso dos amores com Ele, e na outra semana, já não sei por quem mais optar, pelo espírito, ou pela carne. Ontem li provérbios 22,23 e 24, e quase continuo lendo o resto da bíblia, mas resolvi parar, e tentar colocar minimamente aquilo em prática. Essas serão minhas metas: andar na verdade, servir ao meu próximo, não desejar riquezas. Desejar apenas a graça, a misericórdia e a sabedoria de Deus. Isso completaria totalmente a minha vida.
E ao ler, fiquei pensando onde eu poderia chegar com tanto choro e tanto sacrifício. Por quem, pra quê? É, também não sei. E a bíblia ontem foi muito clara quando disse que o fim dos que andam com Ele é eterno, é recompensador. Saber que Deus está comigo por aqui, já me bastaria, mas se Ele quer ficar comigo pra sempre também, tudo bem, eu aceito...rs.

Hoje estou bem mais tranqüila. Ontem subi numa árvore numa avenida daqui e aproveitei para abraçá-la, também tomei um belo banho de chuva e chutei várias poças d’agua, corri pela rua de braços abertos, entrei debaixo de bica e depois tomei aquele banho quente, assisti Crash, cozinhei e arrumei meu quarto, fiz minhas unhas do pé, escutei músicas, li e olhei minhas fotos...enfim, programas que me fizeram entender, que minha vida pode ser muito preciosa pra alguém, como pro meu sobrinho por exemplo.

É a falta de ser especial pra alguém que me deixou tão aflita esses dias. É a vontade de ter alguém que me amofinava, mas o que eu não havia parado pra pensar, é que existe um serzinho muito especial dentro da minha própria casa, que precisa da minha atenção, das minhas brincadeiras, do meu sorriso, da minha coragem, das minhas invenções pra ser ainda mais feliz. Percebi isso ontem quando ele dizia que eu era a tia mais doida de todas as tias do mundo, espero que isso o faça lembrar de mim sempre com sorrisos.

Estou muito tranqüila hoje porque as respostas de Deus vieram, e vieram quando abri meus ouvidos pras respostas. Não precisei ir muito longe buscá-la, ela estava ali, no quarto ao lado.

Feb 24, 2007

Primeiro você.

É confuso, engraçado e triste ao mesmo tempo. Às vezes acho que estou tão mau, que tenho vontade louca de rir. Às vezes estou tão bem, que tenho vontade perturbadora de chorar. Tenho maior inveja branca de quem tem um psicólogo pra conversar, receber um diagnóstico bonito e sensato de alguém que conhece um pouco melhor o ser humano e pode te consolar com alguma tese interessante (isso deve ser apaixonante!).

A existência de pessoas, a ausência de outras, me dá um medo. Medo de ficar só, medo de perder, medo de sofrer, medo de não ser, medo de ter medo.
O Fel (nome fictício pra um dos atores que compõe o picadeiro que é minha vida), é ausente (isso é o pior), misterioso, mora perto, de poucas palavras, alguns olhares...mas uma presença gostosa. Seu gosto pelas mesmas coisas que eu, sua educação, seu jeito família de ser, seu beijo delicioso, seu jeito pensativo, intelectual, zen, correto, romântico, difícil, observador, me deixam pensando nele, com uma vontade louca de ligar pra ele e perder a compostura, a razão, o jogo e contar logo o que anda me afligindo. O Mis (também fictício) me deixa com olhos fechados mais do que o tempo necessário, é intenso, chora, grita, odeia, e ama, ama com tudo quando quer, chora por mim, briga comigo, conhece meus defeitos, e me quer mais que tudo. Me respeita muito, tem um corpo sarado (isso é muito importante), muito diálogo, mora longe, não bebe, não fuma, é cristão, trabalha na mesma área, mas é uma história linda pedindo bis...e não sei se é hora desta história renascer.

Enfim, por essa situação não queria passar. Deeeeus, eu só quero um. Só um está bom demais pra mim. Queria uma luz sabe? Mas tenho exercitado muito os meus pensamentos ultimamente. É incrível como o mundo dá suas voltas, por isso, nem queria magoar ninguém. Queria poder sair dessa ilesa, seja com alguém, seja sozinha.
A vida é mais complicada do que se imagina em determinados momentos. Sempre queremos nos dar motivo pra nos sentir assim, aflitas, confusas, vivas. Mas isso é culpa da solidão, do cansaço que não nos deixa sair, da ausência das amigas, do banho de mar, da viagem desafogante. Tenho me sentido mais só do que nunca. Nos meus pensamentos, na minha vida, estou sempre em segundo plano nela mesma, por culpa de ninguém, minha mesma, das minhas fraquezas e falta de coragem, de força e de reação em alguns aspectos da vida. Sou uma leoa para trabalhar, pra ajudar, pra fazer, acontecer na minha vida profissional e estudantil. Na minha vida espiritual, sou frustrada, estagnada, impregnada, totalmente sem atitude, meus sonhos, vontades não vão além do domingo à noite. Na vida amorosa, me sinto num pré-escolar, sou sozinha, reprimida, calada, como se as coisas que eu sinto, só interessassem ao meu diário, as minhas amigas, e não, ao ator principal da história, nunca sei como agir, como falar, até como pensar.
Estou com minha auto-estima lá embaixo em relação a minha vida, vida mesmo sabe? Triste com o rumo que tenho dado as coisas. Fico imaginando o quanto posso ser bem sucedida na minha vida profissional, o quanto posso me destacar por isso, mas continuar a ser uma pessoa vazia no que se refere a sentimentos...amando todo mundo e não amando ninguém, tenho medo de não conseguir construir minha família com um homem que valha a pena, medo de ver todo mundo feliz, sendo elas mesmas e apaixonadas, brigando, indo pro cinema, casando, tendo filhos, sorrindo, chorando...mas por ter alguém, por ser alguém. Sinto-me muito só nesse mundo onde tenho sempre que agradar, onde não tenho voz, onde minhas vontades não importam, onde meus sentimentos muito menos, ninguém me aceitaria como realmente sou. E o foda, é que sempre as aceito como são, e as respeito pela coragem de serem elas mesmas, isso é mais do que autenticidade, é auto-estima. Cresci assim, aprendendo a respeitar a vontade do próximo, a priorizar os outros, a entregar a toalha pra não brigar, fui obrigada a ser assim, amadureci com isso, e hoje, sofro amargurada por isso.

Ando superando muitos aspectos da minha vida, durante o carnaval, percebi o quanto superei minha timidez na adolescência. Criança, eu era tão retraída, tão eu. Cresci, e ando superando isso com todas as forças, e não é a toa que hoje trabalho com comunicação, fruto de uma superação, e isso, é o que quero que aconteça amanhã, que eu tenha uma casa, um lar, onde eu chame de meu, e eu supere mais essa e me torne primeiro lugar na minha vida, as pessoas me aceitando, ou não. Será que posso?

Jan 17, 2007

Tudo é Lindo

Hoje, tomei mais uma vez uma decisão triste, meio dolorida, que apertou, torturou meu coração inocente que sempre andou vagando por ai e tinha finalmente escolhido uma estação pra descansar. É, as coisas não acontecem como queremos, não somos como queremos, não estamos onde queremos, pelo menos as vezes. Estou feliz porque a cada momento desses, eu cresço, evoluo, como se eu entrasse num casulo de novo pra me transformar numa borboleta ainda mais linda.

O que é mais lindo em mim agora?

É minha coragem, força, inspiração, vontade, solidão, meu sexto sentido, sentimento, pureza e pensamentos sempre positivos. É nessas que aprendo mais. Esses são momentos de amadurecimento raro, que não podemos deixar escapar entre os nossos dedos, é um momento lindo, onde passamos a compreender mais ainda o nosso próximo, a entender nossas necessidades, e perceber que não somos regentes do mundo. O mais engraçado de tudo, é saber que Deus estava ali, que contei com ele, que cochichei pra ele minhas alegrias e minhas dores, e ele ali, sempre disposto a me ouvir.

O Mau preencheu um lugar lindo do meu coração e não sai de lá tão cedo. É mais um amigo no lugar do mundo que espero contar sempre. Meus olhos estão tristonhos, mas, estou feliz porque vivi uma coisa linda, me apaixonei de verdade, vivi isso, a chama se acendeu, meus olhos brilharam, minha cabeça girou, minha barriga gelou, e eu tinha esquecido como isso era lindo. Quero mais!

Música do dia

O Mundo é Um Moinho

Composição: Cartola

Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que iras tomar

Preste atenção querida
Embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó

Preste atenção querida
Em cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés

Jan 5, 2007

Presentes

Bem, hoje estou aqui mais uma vez, descrevendo o que anda rolando comigo.
Este post em especial, vem só pra registrar mais uma conquista no trabalho.
Reclamo das coisas que estão por vir...mas agradeço a Deus, por minha vida ser assim, essa caixinha de surpresa, que nunca consigo prever exatamente nada do que vai acontecer.

Defini minha vida assim há algum tempo e não consigo pensar diferente. Ainda bem que não venho de família rica, nem tem neguinho querendo me seqüestrar, se não o coitado, ia sofrer. Todo dia sem querer, seja para o trabalho, para a faculdade ou até para a padaria, não consigo fazer o mesmo percurso. Não sei o porquê, nem pra quê. Só sei que sou assim. Uma caixinha de surpresa.
Pois é, e ontem eu tinha esquecido como era bom o gostinho disso, de não saber o que vai rolar nesse ano, no outro dia, na próxima hora, só tendo a certeza de que vai ser bom.

Hoje meu patrão me ligou e falou: Ju, você está na cidade? Me ligaram da Tv Record, você vai ser entrevistada as 14h, lá no Sinhá Junqueira de novo por causa da exposição, esteja lá. Respondi com toda claaaasse: ok, estarei lá sem falta. E fui. Nossa, penso nas lágrimas que derramei por essa exposição, no tempo que passei idealizando e tentando convencer o patrão e o marketing da maternidade, montando projeto, tentando contactar o diretor, tentando selecionar as fotos adequadas, implorando pro kauê tratá-las, correndo atrás de paspatur...achei que não ia dá certo. Mas, num é que deu e está fazendo maior sucesso?! Já saímos nos três principais jornais impressos da cidade, no jornal da band e agora, na record.
A entrevista foi excelente, de uma pergunta que ela ia fazer, saíram várias, foi um bate papo pra lá de bom!

Fico feliz porque sei que isso não é fruto só do meu trabalho, mas do carinho e amor de Deus por mim, da paciência da minha mãe em escutar meus desabafos, e dos amigos, que estão sempre presente pra me alegrar!


;) Hoje, só alegria!

Certeza

Ontem fui dormir meio morna, sem expectativas nem certezas.
Pensava no meu emprego, e nas milhares de idéias que eu terei que ter, nos projetos cansativos que terei que realizar, em como será continuar.
Pensava na enorme distância que me separa do colo da mãe, dos seus poderosos conselhos, e do seu jeito singular de reagir.
Pensava na praia, no banho de mar que não tenho mais, no sol que lá sempre permanece, na areia que meu pé tanto pisou.
Pensava no Mau, na distância que nos aproxima, na solidão, na razão dele existir em mim e na certeza do que eu sentia ou não.
Pensava em Deus, na minha vida com Ele, nas minhas ausências, nos meus "desaprendizados", e nas outras coisas mais em que regrido constantemente.
E deitei minha cabeça no travesseiro acreditando num sol que teria que voltar a brilhar.
Conversei com Mau depois da meia noite, já na cama, e tudo se renova.
Confissão de fraqueza, troca de experiências, de carinho, de risada, de novidades.
Tudo se fortalece em mim antes mesmo do sol.
Hoje? Hoje já acordei apaixonada, pelo dia, pelo sol que a natureza trouxe, pelas corujas que já vi, pelo verde, pela água, pelo Mau, pela vida. E digo uma coisa, o lance é arriscar-se, por maiores que sejam os arranhões. A cor, as palavras, o olhar, o abraço, o conselho, a amizade, o beijo, tudo fica intenso.
A música do novo som novo, vai dando ritimo, trilha a todos esses momentos. Tento encaixá-las aos meus sentidos, seja pela letra, tom, melodia... Hoje estou cheia de certezas que o amanhã pertence a Deus, e que quando temos essa certeza, passamos a ter certeza de que amanhã, tudo ficará bem.

Trilha perfeita do dia: Ben Haper.


Jan 4, 2007

Começo

Engraçado quando se tem alguém por você, que te acompanha, que comanda a tua vida e te encaminha para as melhores atitudes. Assim tem sido Deus, me ajudando a tomar as decisões certeiras. Sejam elas tristes, alegres, pequenas ou grandes. Eu realmente necessito de Deus como o carioca precisa do flamengo, o pintor do pincel, os homens das mulheres.

Meus dias de férias...Posso transformá-lo num filme deprê europeu, daqueles que nos cansa de assistir por mais parecer um big brother versão anciões, ou num livro obscuro e cansativo como os de Dostoievski, mas prefiro pensar que está bom. A chuva que não pára de cair que não me deixa sair e continuar meu emagrecimento prometido pra 2007, não me deixa tirar as fotografias que tanto planejei, nem gastar meu 13º feliz. Vou fazer o quê? Bem, tô me enchendo de banhos e comida, em 4 ou 5 dias que tô trancada aqui, já recuperei dois alegres quilos que perdi. O que ganhei foi muita massagem no cabelo. A falta de preocupação também melhorou minha pele e as minhas unhas ainda estão intactas.
Nossa, estou tão diferente. Preocupada com coisas que nunca ocuparam a minha mente mais do que um breve período de 5 min (denominados antes de recaída). Acho que estou num processo muito bacana, estou virando mulherzinha. Esses dias, até comprei sutiã com strass.

E diferente de como disse cartola em sua música, a cada amor, não vou ficando mais cínica, mas sim, mais interessante, mais entregue, mais esperta, mais criativa, mais apaixonada, mas cínica, ainda não. Se não for esse, ai sim, prometo tomar conta do cinismo. Mas enquanto isso, pura e feliz sigo, afim de viver um amor de verdade. Tomara que esse seja real e pra sempre.