Feb 27, 2007

Prestando contas...

Na hora do almoço, entre o clube da luluzinha do estúdio que trabalho, comentávamos sobre o Big Brother, comentávamos não, discutíamos! Quem é o bonito, quem é o inteligente, quem é o jogador, quem seria o manipulador ou quem seria o bonzinho... Enfim, quem é quem naquele jogo transparente, onde não existem paredes que escondam qualquer atitude que se tem ali. E de repente, começamos a fazer analogias com a nossa própria vida. Será que optamos constantemente em ficar do lado do mal mesmo sem querer? Será se ao menos nos esforçamos em saber quem realmente faz parte do grupo do bem na nossa sociedade? Será que manipulamos algumas situações das nossas vidas ou se somos apenas tendenciosos demais? E pra completar, li um texto hoje que dizia:“O homem é mesmo um incoerente. Preocupa-se com o que os outros vão pensar dos seus atos escusos, pensa até que é muito inteligente quando consegue praticá-los sem ser descoberto, sente-se tranqüilo quando age escondido sob a proteção de quatro paredes, mas não dá a mínima importância ao que vai pensar Aquele único a quem vai prestar contas.”

São coisas que irei pensar muito esses dias...em quem realmente tenho sido.

Revelando meu sorriso!

Hoje revelei minhas fotos do carnaval. E que coisa gostosa. Foi muito gostoso vê-las, lembrar de cada momento. E a cada vez que faço isso, amo mais a máquina analógica. É como se ela fosse viva, real e mágica ao mesmo tempo. A digital, cibernética, que não consegue ultrapassar a tela do computador, é sem origem, sem autenticidade.

Enfim, essas são fotos me trouxeram uma satisfação bacana, sinto que estou construindo uma história concreta, estranho isso. Como se tudo que eu vivi antes dela, não fosse assim, tão real.

O gostoso de olhar essas fotos, é saber que elas são frutos de um sonho. Quanto tempo desejei em silêncio uma câmera que registrasse o olhar da minha alma, da minha poesia, da minha fantasia, dos meus sentimentos, e hoje a tenho, hoje posso, e isso é uma sensação de satisfação que as palavras não consegue expressar, apenas a imagem do meu sorriso.

Feb 26, 2007

Do meu lado

Bem, depois do dia do meu último desabafo aqui, andei conversando com algumas pessoas a respeito, na verdade, quase nenhuma. Aqui não se conversa muito a respeito de tais coisas, mas isso não importa muito, importa é que valeu como diagnóstico, valeu como experiência, valeu por tudo. Pra começar, entendi que os meus problemas são os mesmos de grande parte da população que ocupa as metrópoles do mundo, percebi que a solidão, a tristeza e a falta de ânimo pra sair, atingem parte absurdamente grande dos jovens e adultos de hoje, e eu apenas entrei pra agravar mais ainda mais esse quadro. Mas a ótima noticia, é que eu parei, pensei, orei. E de joelhos no chão, escolhi fazer parte da geração de adoradores, de pessoas féis a sua aliança com Deus e não ser mais uma pessoa impregnada a depressão. Entendi ontem, que entregar esses fardos do cotidiano a Ele é a grande chave da felicidade.

O que soa mais chato nisso tudo, é que tomo essas decisões quase que semanalmente, vivo o mais intenso dos amores com Ele, e na outra semana, já não sei por quem mais optar, pelo espírito, ou pela carne. Ontem li provérbios 22,23 e 24, e quase continuo lendo o resto da bíblia, mas resolvi parar, e tentar colocar minimamente aquilo em prática. Essas serão minhas metas: andar na verdade, servir ao meu próximo, não desejar riquezas. Desejar apenas a graça, a misericórdia e a sabedoria de Deus. Isso completaria totalmente a minha vida.
E ao ler, fiquei pensando onde eu poderia chegar com tanto choro e tanto sacrifício. Por quem, pra quê? É, também não sei. E a bíblia ontem foi muito clara quando disse que o fim dos que andam com Ele é eterno, é recompensador. Saber que Deus está comigo por aqui, já me bastaria, mas se Ele quer ficar comigo pra sempre também, tudo bem, eu aceito...rs.

Hoje estou bem mais tranqüila. Ontem subi numa árvore numa avenida daqui e aproveitei para abraçá-la, também tomei um belo banho de chuva e chutei várias poças d’agua, corri pela rua de braços abertos, entrei debaixo de bica e depois tomei aquele banho quente, assisti Crash, cozinhei e arrumei meu quarto, fiz minhas unhas do pé, escutei músicas, li e olhei minhas fotos...enfim, programas que me fizeram entender, que minha vida pode ser muito preciosa pra alguém, como pro meu sobrinho por exemplo.

É a falta de ser especial pra alguém que me deixou tão aflita esses dias. É a vontade de ter alguém que me amofinava, mas o que eu não havia parado pra pensar, é que existe um serzinho muito especial dentro da minha própria casa, que precisa da minha atenção, das minhas brincadeiras, do meu sorriso, da minha coragem, das minhas invenções pra ser ainda mais feliz. Percebi isso ontem quando ele dizia que eu era a tia mais doida de todas as tias do mundo, espero que isso o faça lembrar de mim sempre com sorrisos.

Estou muito tranqüila hoje porque as respostas de Deus vieram, e vieram quando abri meus ouvidos pras respostas. Não precisei ir muito longe buscá-la, ela estava ali, no quarto ao lado.

Feb 24, 2007

Primeiro você.

É confuso, engraçado e triste ao mesmo tempo. Às vezes acho que estou tão mau, que tenho vontade louca de rir. Às vezes estou tão bem, que tenho vontade perturbadora de chorar. Tenho maior inveja branca de quem tem um psicólogo pra conversar, receber um diagnóstico bonito e sensato de alguém que conhece um pouco melhor o ser humano e pode te consolar com alguma tese interessante (isso deve ser apaixonante!).

A existência de pessoas, a ausência de outras, me dá um medo. Medo de ficar só, medo de perder, medo de sofrer, medo de não ser, medo de ter medo.
O Fel (nome fictício pra um dos atores que compõe o picadeiro que é minha vida), é ausente (isso é o pior), misterioso, mora perto, de poucas palavras, alguns olhares...mas uma presença gostosa. Seu gosto pelas mesmas coisas que eu, sua educação, seu jeito família de ser, seu beijo delicioso, seu jeito pensativo, intelectual, zen, correto, romântico, difícil, observador, me deixam pensando nele, com uma vontade louca de ligar pra ele e perder a compostura, a razão, o jogo e contar logo o que anda me afligindo. O Mis (também fictício) me deixa com olhos fechados mais do que o tempo necessário, é intenso, chora, grita, odeia, e ama, ama com tudo quando quer, chora por mim, briga comigo, conhece meus defeitos, e me quer mais que tudo. Me respeita muito, tem um corpo sarado (isso é muito importante), muito diálogo, mora longe, não bebe, não fuma, é cristão, trabalha na mesma área, mas é uma história linda pedindo bis...e não sei se é hora desta história renascer.

Enfim, por essa situação não queria passar. Deeeeus, eu só quero um. Só um está bom demais pra mim. Queria uma luz sabe? Mas tenho exercitado muito os meus pensamentos ultimamente. É incrível como o mundo dá suas voltas, por isso, nem queria magoar ninguém. Queria poder sair dessa ilesa, seja com alguém, seja sozinha.
A vida é mais complicada do que se imagina em determinados momentos. Sempre queremos nos dar motivo pra nos sentir assim, aflitas, confusas, vivas. Mas isso é culpa da solidão, do cansaço que não nos deixa sair, da ausência das amigas, do banho de mar, da viagem desafogante. Tenho me sentido mais só do que nunca. Nos meus pensamentos, na minha vida, estou sempre em segundo plano nela mesma, por culpa de ninguém, minha mesma, das minhas fraquezas e falta de coragem, de força e de reação em alguns aspectos da vida. Sou uma leoa para trabalhar, pra ajudar, pra fazer, acontecer na minha vida profissional e estudantil. Na minha vida espiritual, sou frustrada, estagnada, impregnada, totalmente sem atitude, meus sonhos, vontades não vão além do domingo à noite. Na vida amorosa, me sinto num pré-escolar, sou sozinha, reprimida, calada, como se as coisas que eu sinto, só interessassem ao meu diário, as minhas amigas, e não, ao ator principal da história, nunca sei como agir, como falar, até como pensar.
Estou com minha auto-estima lá embaixo em relação a minha vida, vida mesmo sabe? Triste com o rumo que tenho dado as coisas. Fico imaginando o quanto posso ser bem sucedida na minha vida profissional, o quanto posso me destacar por isso, mas continuar a ser uma pessoa vazia no que se refere a sentimentos...amando todo mundo e não amando ninguém, tenho medo de não conseguir construir minha família com um homem que valha a pena, medo de ver todo mundo feliz, sendo elas mesmas e apaixonadas, brigando, indo pro cinema, casando, tendo filhos, sorrindo, chorando...mas por ter alguém, por ser alguém. Sinto-me muito só nesse mundo onde tenho sempre que agradar, onde não tenho voz, onde minhas vontades não importam, onde meus sentimentos muito menos, ninguém me aceitaria como realmente sou. E o foda, é que sempre as aceito como são, e as respeito pela coragem de serem elas mesmas, isso é mais do que autenticidade, é auto-estima. Cresci assim, aprendendo a respeitar a vontade do próximo, a priorizar os outros, a entregar a toalha pra não brigar, fui obrigada a ser assim, amadureci com isso, e hoje, sofro amargurada por isso.

Ando superando muitos aspectos da minha vida, durante o carnaval, percebi o quanto superei minha timidez na adolescência. Criança, eu era tão retraída, tão eu. Cresci, e ando superando isso com todas as forças, e não é a toa que hoje trabalho com comunicação, fruto de uma superação, e isso, é o que quero que aconteça amanhã, que eu tenha uma casa, um lar, onde eu chame de meu, e eu supere mais essa e me torne primeiro lugar na minha vida, as pessoas me aceitando, ou não. Será que posso?